O Conselho Nacional de Saúde (CNS) encaminhou ao Congresso Nacional, Ministério da Saúde, Conselhos de Saúde e Secretarias Municipais uma recomendação para a construção conjunta de uma Rede de Cuidados às Vítimas da Covid-19 e seus familiares. O documento foi aprovado na quinta (26/05) na 330ª Reunião Ordinária (RO) do CNS.
O tema foi debatido durante a RO, com a presença de representantes de associações de familiares e vítimas da Covid-19. A recomendação reforça questões urgentes trazidas no debate como inércia no acolhimento dos sobreviventes com sequelas da Covid-19 e a falta de um protocolo nacional de monitoramento, de avaliação ou de orientação aos estados, às secretarias estaduais e municipais de como atender a população acometida com a Covid longa.
A recomendação nº 013 destaca o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde como coordenadora do escopo das ações destinadas à rede de cuidados e a ampliação do investimento em Vigilância em Saúde e Pesquisas voltadas para a questão da Síndrome Pós-Covid-19 longa como fundamentais na criação da Rede.
“É imprescindível que essa rede de cuidados seja estruturada e capilarizada em todos os municípios por meio da atenção primária à saúde e que esta seja fortalecida, já que é a porta de entrada aos serviços de saúde no SUS [Sistema Único de Saúde]”, reforça a conselheira nacional de Saúde e integrante da mesa diretora do CNS, Ana Lucia Paduello.
Um estudo da Fiocruz Minas, que avaliou os efeitos da Covid-19 ao longo do tempo, constatou que metade das pessoas diagnosticadas com a doença apresentam sequelas que podem perdurar por mais de um ano, caracterizando o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica como Covid longa.
A recomendação também salienta o número de casos de Covid-19, no Brasil, é de cerca de 30,8 milhões de casos e já acumula mais de 666 mil vidas perdidas e reforça o posicionamento do CNS contrário a Portaria 913 do MS que declara o encerramento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus, uma vez que a decisão não foi discutida de forma tripartite e nem com a sociedade civil.
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Reco013Fonte: Ascom CNS | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil