Adriana De Souza Avalo, 50 anos, moradora do bairro Vivendas do Parque, procurou o Campo Grande News para relatar a batalha que enfrenta nas inúmeras tentativas de conseguir os medicamentos necessários para o tratamento do neto de apenas quatro anos, no UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do Bairro Maria Aparecida Pedrossian.
O pequeno Yago, já teve parte da sua história de vida contada pela nossa equipe de reportagem logo que nasceu, após seis meses, quando deixou o ventre da mãe que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Desde então, o menino luta contra a síndrome de West, cardiopatia e broncodisplasia, quadros que exigem acompanhamento com substâncias controladas.
Segundo a avó, os dias dela e do neto são marcados por idas e vindas nos postos de saúde da Capital, para conseguir a série de medicamentos que o menino precisa para sobreviver, mas que nem sempre são ofertados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
“Todas as vezes que vou ao posto buscar não tem. Esses remédios são controlados e quando ele passa pelo médico a orientação é buscar na USF mesmo, mas é sempre o mesmo problema, nunca tem e quando tem, a farmácia está sem o farmacêutico para fazer a liberação”, conta a dona de casa.
Entre as batidas de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e outra, por vezes Adriana consegue se desdobrar com o neto e ir até os Bairros Tiradentes e Jardim Noroeste. Tarefa que nem sempre é fácil para a dona de casa que cuida sozinha de Yago e do outro neto que também necessita de cuidados especiais. “Eles sempre falam que vão disponibilizar esse remédio aqui no posto mais próximo, mas nunca passa de uma promessa”, disse.
Questionada, a SESAU (Secretaria Municipal de Saúde Pública), informou por meio da assessoria de comunicação que alguns remédios não são de responsabilidade da pasta, enquanto alguns devem ser buscados parcialmente entre os pontos da cidade, e outros não são ofertados pelo SUS.
“Risperidona é da Casa da Saúde, Neuleptil não é padronizado, Fenobarbital e Valproato de sódio estão disponíveis na rede. Os dois medicamentos que em tese o Município tem obrigação de fornecer estão disponíveis, porém, ela precisa retirar no Tiradentes. Esse Risperidona é padronizado na Casa da Saúde, fornecido pelo Governo do Estado e o Neuleptil não é oferecido no SUS“, declarou.
História de Yago – Em novembro de 2017, o nascimento de Yago roubou destaque nas páginas do Campo Grande News com sua história de superação. O pequeno nasceu de 27 semanas, da barriga de uma mãe em morte cerebral.
Depois, foi mantido em incubadora, da qual só saiu em agosto de 2017, e enfrentou várias batalhas pela vida. A mãe, Renata Souza Sodré, 22 anos, teve um AVC, quando estava com 4 meses de gravidez e a morte cerebral foi constatada.
A equipe médica e a família decidiram manter Renata viva, ligada aos aparelhos, até que a criança tivesse condições de nascer, o que aconteceu no dia 30 de março.
Fonte: Campo Grande News.