Caracterizada por sintomas como dor, inchaço, calor e vermelhidão, a artrite reumatoide é uma doença crônica das articulações (juntas) e com causa desconhecida.
No Dia Mundial da Artrite Reumatoide, o Ministério da Saúde alerta que a inflamação é provocada por alterações no sistema imune ou um quadro infeccioso e acomete duas vezes mais as mulheres do que os homens. As articulações mais atingidas são as das mãos, pés, punhos, cotovelos, joelhos e tornozelos. Os locais inflamados provocam rigidez matinal e fadiga. Com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para a realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, outros órgãos ou tecidos como a pele, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações. Isso ocorre, porém, com menor frequência. A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR) também pode ocorrer.
O diagnóstico de artrite reumatoide é feito quando pelo menos quatro dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos seis semanas:
- rigidez nas articulações no período da manhã, com duração de pelo menos uma hora;
- artrite em pelo menos três áreas articulares;
- artrite de articulações das mãos, punhos, articulação do meio dos dedos e entre os dedos e a mão;
- artrite simétrica (por exemplo, no punho esquerdo e no direito);
- presença de nódulos reumatoides;
- presença de Fator Reumatoide no sangue;
- alterações radiográficas em mãos e punhos.
O diagnóstico, em conjunto com o início imediato do tratamento, é fundamental para o controle da atividade da doença, prevenção da incapacidade funcional e lesão articular e o retorno ao estilo de vida normal o mais rapidamente possível. Esse foi o caso da cientista ambiental Mariana Rabello, de 27 anos, que descobriu a doença aos 17.
“Eu só descobri porque acordava muito cedo para ir para a escola e nesse horário eu sentia muitas dores nas articulações das mãos especificamente. Fui ao médico e iniciei o tratamento. As dores melhoraram, mas eu não dei continuidade. Depois de um tempo, as dores foram aumentando, passaram para o joelho, depois para os tornozelos e foi ficando cada vez pior. Em um determinado dia, acordei e não consegui me levantar da cama. Eu errei em não continuar o tratamento lá no início, levei meu corpo ao limite. Hoje a doença está controlada”, explica.
O tratamento varia de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade, podendo ser medicamentoso e/ou não medicamentoso. É importante ressaltar que a fisioterapia e terapia ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as tarefas da vida diária. O condicionamento físico, envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamento e relaxamento deve ser estimulado, observando-se os critérios de tolerância de cada paciente.
No SUS
O atendimento à pessoa com artrite reumatoide no Sistema Único de Saúde é realizado de forma ampla e integral, em todos os níveis de atenção, como na atenção básica, onde são ofertados os cuidados clínicos em equipe multiprofissional, incluindo acolhimento, avaliação de história clínica e investigação com exames laboratoriais e de imagem, além de tratamento com práticas integrativas e complementares, analgesia medicamentosa e não medicamentosa, cuidados em fisioterapia, terapia ocupacional, psicólogo e nutricionista.
Na atenção especializada, são disponibilizadas consultas com médico reumatologista e outros profissionais da saúde, além da reabilitação física, assistindo o paciente de forma integral, englobando ações e serviços de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde.
Fonte: Assessoria de Imprensa