De acordo com os últimos dados da ABESO, 2019 (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), 50% da população Brasileira encontra-se acima do peso (sobrepeso e obesidade), e entre as crianças este número estaria entre 15%. A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo tendo como projeção em 2025 cerca de 2,3 bilhões de adultos em sobrepeso e mais de 700 milhões dentro do quadro de obesidade (OMS, 2019).
Mas estar acima do peso é apenas uma questão estética?
Já é sabido que as complicações de estar acima do peso e da inatividade física são reais. Vamos discorrer abaixo sobre suas complicações e, claro, vamos falar também sobre tratamento. A obesidade é uma doença que como qualquer outra e necessita de cuidados específicos.
Dados recentes demonstram que tanto as pessoas obesas quanto as que estão em sobrepeso tem riscos de desenvolver problemas como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, artrose, artrite, pedra na vesícula, refluxo, apneia no sono, tumores, cansaço físico, alterações hormonais, infertilidade e baixa da autoestima que acarreta uma outra doença incapacitante: a depressão.
Ainda dentro dos complicadores da obesidade temos o próprio tecido gorduroso é um tecido nocivo e metabolicamente ativo, que produz enzimas causadoras da resistência à insulina.
Mas onde todos estes dados vão chegar?
Em 1988, (Reaven) foi descrita inicialmente a Sindrome X, que seria um conjunto de fatores de risco cardiovascular que estava usualmente associada à obesidade. Posteriormente surge o termo Síndrome Metabólica que se denomina como: conjunto de doenças associadas que vão levar ao aumento do risco de problemas cardiovasculares.
Quem tem a Síndrome Metabólica?
É considerado portador da síndrome metabólica, os indivíduos que possuem pelo menos 3 dos 5 critérios abaixo:
• Circunferência abdominal maior que 102 cm em homens e 88 cm em mulheres;
• Níveis de triglicerídeos sanguíneos maiores que 150 mg/dl;
• Colesterol HDL (colesterol bom) menor que 40 mg/dl em homens e 50 mg/dl em mulheres;
• Pressão arterial maior que 130 /85 mmHg;
• Níveis de glicose em jejum maiores que 100 mg/dl.
De Acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, (2019), A Obesidade triplica o risco de morte por complicações e o Sobrepeso já é suficiente para reduzir a expectativa de vida.
Como se pode reverter a Síndrome Metabólica?
É de extrema importância que se trate todos os componentes da síndrome, adotar um estilo de vida saudável, se alimentar de forma equilibrada e perder peso. Em alguns casos poderá ser necessário o uso de medicamentos, mas consulte um médico para avaliação da conduta correta. (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 2019).
Ir para a academia ajuda?
Em uma revisão da literatura feita em 2008 por Guttierres, demonstrou que o treinamento de força parece ter um efeito protetor para a prevalência de síndrome metabólica pelo fato de aumentar a massa muscular, reduzir o tecido adiposo visceral, aumentar a imunidade, elevar a sensibilidade dos receptores da insulina (melhorando o controle do diabetes), melhora dos níveis de colesterol, diminui a pressão arterial e aumento do gasto calórico promovendo melhor controle do peso corporal.
Como devo me alimentar?
Para Steemburgo, 2007 a alimentação equilibrada possui papel importante tanto no controle quanto na prevenção da síndrome metabólica. Dados recentes associam a presença da doença com baixo consumo de grãos integrais, frutas e vegetais. Estes alimentos são fontes importantes de fibras, nutriente este que está associado à redução de riscos cardiovasculares.
Não deixe a doença se instalar, a obesidade tem causa multifatorial. Procure ajuda com profissionais devidamente habilitados. Pratique atividades físicas regulares e mantenha uma alimentação equilibrada. Não procure milagres nem pílula mágica. Saúde é coisa séria.
Tais Rímoli
Nutricionista e Personal Trainer
www.taisrimoli.com.br