2.801 pacientes com doenças incuráveis ficaram sem seus medicamentos especiais nos dois primeiros meses de 2022, segundo dados do Movimento Medicamento no Tempo Certo (MTC), da Biored Brasil.
Na lista de doenças que ficaram desalentadas estão a artrite reumatoide (71,9% das reclamações), espondilite anquilosante (21,5%), doença de Crhon (14,9%), entre outras.
De acordo com o relatório, foram 63 os medicamentos que tiveram distribuição irregular entre 1º de janeiro e 28 de fevereiro. A maior parte desses remédios era de responsabilidade do poder público, seja do Ministério da Saúde ou de secretarias estaduais.
Medicamentos de alto custo, como o infliximabe, usado no tratamento da doença de Chron, também estiveram em falta. No caso do fármaco citado, a unidade sai por R$ 6 mil.
São Paulo é o líder na falta de medicamentos
Com 1.663 relatos, São Paulo lidera como o estado que mais sofreu com a falta de medicamentos. Outros estados com elevado índice de reclamações são Rio de Janeiro, Ceará e Minas Gerais.
Com três de seus quatro estados entre os que mais tiveram casos, o Sudeste lidera dentre as regiões, com 70,3% das denúncias. Em seguida vêm Nordeste (15,3%), Sul (6,1%), Norte (5,2%) e Centro-Oeste (3%).
Problema também atinge a saúde suplementar
No caso específico do tocilizumabe, medicamento para artrite reumatoide, a falta do medicamento não é registrada apenas no Sistema Único de Saúde. Segundo o levantamento, 118 pacientes relataram o desabastecimento do produto também nos convênios.
“As operadoras de saúde alegam que o medicamento não está disponível no Brasil, devido ao uso na Covid-19. Parte das operadoras orientam o paciente a trocar de medicamento, porém, o medicamento é encontrado no mercado para comprar”, comenta Priscilla Torres, coordenadora de advocacy da Biored Brasil e paciente que faz uso do tocilizumabe.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico.