A neuromielite óptica (NMO) é uma doença autoimune rara e grave em que as células de defesa do corpo começam a atacar o nervo óptico, a medula espinhal e o tronco cerebral[1]. A idade média de aparecimento da doença costuma ser aos 40 anos, mas a NMO pode atingir pessoas entre 2 e 85 anos[2]. As mulheres podem ser nove vezes mais propensas a serem afetadas que os homens e a prevalência é 2 a 3 vezes maior nas populações negras e asiáticas[3,4].
Quando não detectada e tratada corretamente, a NMO pode causar cegueira permanente, fraqueza muscular, paralisia, depressão, uso de cadeira de rodas e morte[5]. “Trata-se de uma condição altamente debilitante. Logo, aumentar o conhecimento sobre a NMO e seus sintomas é de grande importância, já que pode reduzir tempo de diagnóstico e de início do tratamento multidisciplinar, garantindo mais qualidade de vida para o paciente”, explica o neurologista, especializado em neuroimunologia, Dr. Felipe Von Glehn.
Estar atento aos principais sinais da NMO é fundamental para se ter um diagnóstico precoce e evitar as graves consequências da doença. Perda temporária de visão, dor nos olhos, sensações alteradas com sensibilidade à temperatura, dormência e formigamento, membros fracos e pesados são sintomas que podem ser ocasionados pela condição. Vômitos e soluços intratáveis que duram mais de 48h sem causa gástrica também podem ser sinais de NMO, além de alguns sintomas invisíveis como fadiga e dor crônica.
Procurar um neurologista ou oftalmologista assim que os primeiros sinais se manifestarem é essencial, principalmente para evitar o reaparecimento dos surtos, presentes nos indivíduos com a condição. “O diagnóstico da NMO é baseado no histórico do paciente, avaliação clínica e identificação das descobertas de características físicas. O teste AQP4-IgG, um exame de sangue simples, usado para detectar anticorpos que são específicos para AQP4, é capaz de diagnosticar até 80% dos pacientes. Atualmente, o teste não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), mas já foi aprovado para incorporação pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e está disponível no sistema privado de saúde desde 2018.”, diz o especialista.
A percepção do paciente sobre o que está acontecendo com o seu corpo é de suma importância para um diagnóstico precoce, assim como a conscientização médica e de outros profissionais da saúde para que estejam capacitados a fazer os encaminhamentos adequados.
Para a fundadora e coordenadora da NMO Brasil, Daniele Americano, que desde 2012 convive com a doença, é preciso ampliar o conhecimento da NMO para poder facilitar o diagnóstico e o convívio desses pacientes em sociedade, bem como cobrar políticas públicas. “O indivíduo precisa perceber as mudanças do seu corpo para que possa ter protagonismo de sua própria condição. Tão importante quanto é a necessidade de se ter uma troca entre médico e paciente para que todas as dúvidas sejam sanadas e os sintomas compreendidos”, conclui.
Fonte: Assessoria de Imprensa